Friday 27 November 2009

Shakespeare in love

Quem me conhece, sabe que gosto deste jogo:
Quando conheço uma pessoa estrangeira, gosto de pedir que me diga um poema na sua língua nativa, de um autor do seu país, e que me traduza. Depois, eu farei o mesmo. Não sendo um poema, pode ser uma pequena história popular, ou lenda, ou provérbio, ou canção infantil, qualquer coisa.
Não é só porque gosto de ouvir a musicalidade das diferentes línguas, ou conhecer novos poemas. Mas depois do habitual "so, where are you from?", "what is your name?" bla bla, se a pessoa me interessa surge como uma forma inesperada para o outro mas muito expressiva de o/a conhecer. A escolha do poema tem um carácter claramente identitário, que me interessa.
Recentemente, o óscar vai para este grande poema. Apesar de ter quebrado as regras do jogo (o que é também em si um elemento identitátio), por não ser de um autor autóctone ucraniano (mas ao que parece, há uma "tradução livre" do poema, portanto poderia contar como autóctone), veio um soneto de Shakespeare:

MY mistress’ eyes are nothing like the sun
Coral is far more red than her lips’ red:
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask’d, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound:
I grant I never saw a goddess go,—
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.

1 comment:

tbd said...

Farinha no seu melhor... o eterno romântico!!!!! Mto bonito!!!!!! Até Dez qd chegares a Portugal.
Bjs,
Luisa