... foi a cor que teve esta semana. Soube mais ou menos a isto:
Mozart clarinet concerto - II. Adagio
Leve, breve, suave,
Um canto de ave
Sobe no ar com que principia
O dia.
Escuto, e passou...
Parece que foi só porque escutei
Que parou.
(...)
Fernando Pessoa
Friday, 27 November 2009
Recomeços...
Sísifo, de Tiziano, 1549
SÍSIFO - MIGUEL TORGA
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro,
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo
Ilusões sucessivas no pomar
E vendo
Acordado,
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.
Miguel Torga, Diário XIII
Shakespeare in love
Quem me conhece, sabe que gosto deste jogo:
Quando conheço uma pessoa estrangeira, gosto de pedir que me diga um poema na sua língua nativa, de um autor do seu país, e que me traduza. Depois, eu farei o mesmo. Não sendo um poema, pode ser uma pequena história popular, ou lenda, ou provérbio, ou canção infantil, qualquer coisa.
Não é só porque gosto de ouvir a musicalidade das diferentes línguas, ou conhecer novos poemas. Mas depois do habitual "so, where are you from?", "what is your name?" bla bla, se a pessoa me interessa surge como uma forma inesperada para o outro mas muito expressiva de o/a conhecer. A escolha do poema tem um carácter claramente identitário, que me interessa.
Recentemente, o óscar vai para este grande poema. Apesar de ter quebrado as regras do jogo (o que é também em si um elemento identitátio), por não ser de um autor autóctone ucraniano (mas ao que parece, há uma "tradução livre" do poema, portanto poderia contar como autóctone), veio um soneto de Shakespeare:
MY mistress’ eyes are nothing like the sun
Coral is far more red than her lips’ red:
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask’d, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound:
I grant I never saw a goddess go,—
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.
Quando conheço uma pessoa estrangeira, gosto de pedir que me diga um poema na sua língua nativa, de um autor do seu país, e que me traduza. Depois, eu farei o mesmo. Não sendo um poema, pode ser uma pequena história popular, ou lenda, ou provérbio, ou canção infantil, qualquer coisa.
Não é só porque gosto de ouvir a musicalidade das diferentes línguas, ou conhecer novos poemas. Mas depois do habitual "so, where are you from?", "what is your name?" bla bla, se a pessoa me interessa surge como uma forma inesperada para o outro mas muito expressiva de o/a conhecer. A escolha do poema tem um carácter claramente identitário, que me interessa.
Recentemente, o óscar vai para este grande poema. Apesar de ter quebrado as regras do jogo (o que é também em si um elemento identitátio), por não ser de um autor autóctone ucraniano (mas ao que parece, há uma "tradução livre" do poema, portanto poderia contar como autóctone), veio um soneto de Shakespeare:
MY mistress’ eyes are nothing like the sun
Coral is far more red than her lips’ red:
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask’d, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound:
I grant I never saw a goddess go,—
My mistress, when she walks, treads on the ground:
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.
Thursday, 19 November 2009
Salvador Dali
Quarta-feira passada (sim, estou bem atrasado no update do blog) fui a uma exposição de Salvador Dali com a Sophia, a minha Tandem Exchange partner.
Não fui talvez tão bom como estava à espera, já que é mais baseada em esboços, desenhos e aguarelas, e não tem os quadros que todos ambicionamos ver. Mas foi bom.
Foi o inaugurar da época de exposições de Berlim para mim.
Saturday, 14 November 2009
Espontaneidade em Berlim...
...tem sido muita. A interacção de rua tem-me sorrido em Berlim.
Já há umas três semanas, estava sentado a ler o meu livro enquanto esperava pela Ágata, amiga que estava cá de visita, para irmos jantar. De repente, senta-se uma rapariga ao meu lado, a fingir que estava a ler, e uma amiga dela tira uma fotografia. Ficamos ali a falar, era ucraniana, muito simpática.
Depois sentou-se a amiga dela, era do Tajiquistão, e mesma história. A primeira era mais simpática, mas também foi engraçado.
E pronto, foram-se embora.
As imagens chegaram-me anteontem por e-mail.
Já há umas três semanas, estava sentado a ler o meu livro enquanto esperava pela Ágata, amiga que estava cá de visita, para irmos jantar. De repente, senta-se uma rapariga ao meu lado, a fingir que estava a ler, e uma amiga dela tira uma fotografia. Ficamos ali a falar, era ucraniana, muito simpática.
Depois sentou-se a amiga dela, era do Tajiquistão, e mesma história. A primeira era mais simpática, mas também foi engraçado.
E pronto, foram-se embora.
As imagens chegaram-me anteontem por e-mail.
Wednesday, 4 November 2009
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